sexta-feira, 30 de março de 2012

Tarefa de casa

A escola das crianças me mandou uma tarefa de casa, já preparando as coisas para o dia das mães... Eu tinha que identificar uma canção que tivesse marcado a minha relação com meu filho. E, assim, quem me conhece, sabe como eu sou vinculada às palavras e às letras das canções. Foi muito fácil pra mim identificar a música que marcou minha primeira gravidez porque ela foi repetida em muitas ocasiões e inspirou o título do blog antigo.

Foi um período de muitas mudanças: de repente, eu estava em outra vida, com filho, marido, formada, pagando conta... De repente MESMO!!! Parecia que eu tinha sido catapultada para uma outra realidade em que tudo se encaixava perfeitamente e me fazia muito feliz. Nasceu um sol e um bebê. Nasceu Matheus. Nasceu um casal, uma mãe e um pai. Nasceu um capítulo bom de se contar e de se lembrar. Eu vivia a plenitude da alegria e colhia doces momentos no meu cotidiano, eu tinha certeza de que não queria merecer outro lugar e que nada foi em vão. Então, porque não ouvir?


"Suspenderam a viagem
Fui parar em outro trem
Que beleza de paisagem
Fomos rumo a Belém
Agora que é tempo
Colher fruta madura no vento
Pequi não sai do meu pensamento
Bacia cheia de manga bourbon

Nasce um sol, nasce uma noite
E um menino também vem
Que beleza de paisagem
É meu filho e passa bem

Agora é tarde, não dá para adiar a viagem
João tem três anos de idade
Não quero merecer outro lugar

Volto quem sabe um dia
Porque os trilhos já tiraram do chão
Olho as tardes, vivo a vida
Nada é em vão"

(Viagem - Vanessa da Matta)

quinta-feira, 29 de março de 2012

Né não?

Num relacionamento, não tem coisa melhor que ser surpreendido com a escolha e entrega do outro, que livre, leve e solto resolve fazer deliberadamente exatamente aquilo de que você precisa. Não exigir a ligação e ainda assim recebê-la. Não exigir a atenção e ela ser só sua. Não pedir beijos apaixonados e eles serem assim sempre. Não precisar falar como se sente e isso ser percebido no seu olhar ou no seu tom de voz. Querer fugir da dieta e ser surpreendida com junk food. Querer ficar largada na cama e filminho-com-pipoca e pés entrelaçados. Estar com saudade e receber um sms apaixonado no meio da tarde. Estar enrolada no trabalho e receber emails fofos. Pensar na pessoa e o telefone tocar no mesmo instante. Falar sobre o tamanho do que se sente e ouvir que a recíproca é plenamente verdadeira e na mesma proporção.

Melhor coisa num relacionamento é a ausência de medo, é a inexistência de ameaças, é a convicção da fortaleza do amor. É um compromisso que não precisa de cláusulas, não precisa de tratos nem de contratos porque é justamente o que se sente, é a mera realização da vontande em eco de dois que são um. É poder falar o que dói sem receios, é poder dizer o que se sente sem melindres, é poder dividir as alegrias e as conquistas sem titubear, é poder ser quem se é inteiro. É a intimidade mais profunda que extingue os segredos, que nunca exaure o prazer da conversa, que nunca alcança o final do querer estar perto, mesmo que seja dando um jeito no sem jeito. Melhor coisa do mundo é quando se encontra alguém de quem se é amigo, de quem se é parceiro, de quem se é amante e amor, tudo junto e misturado, numa confusão tão grande que nem se imagina como seria viver sem. Porque o outro vira parte do que se é, porque o outro é um pedaço de si descolado.

Lindo é quando um relacionamento deixa de ser uma instituição, um status, para ser muito mais que as terminologias.É quando então as vidas caminham em uníssono, é quando ninguém precisa dizer nada, reclamar de nada porque as mãos entrelaçadas levam os pés a um lugar comum. Lindo é quando um relacionamento vira um caminho, um trajeto, o meio de encarar a vida e de vivê-la sendo feliz.

Exercício da liberdade

Compromisso com uma pessoa é permitir que o outro entre na nossa vida. É sonhar junto sem se sentir ameaçado, marcar um horário sem se sentir controlado, dividir o espaço sem se sentir invadido. Compromisso não é 'falta' de liberdade. Compromisso é o 'exercício' da liberdade de estar com alguém.

Por Luiz Carvalho Nogueira (postado no perfil de Francisco Brilhante no FB)



quarta-feira, 28 de março de 2012

Pois é...

Prepare um belo discurso. Gaste suas melhores palavras. Utilize todos os seus argumentos. Eu não consigo ouvir o que você diz.

Mais do que na força das palavras, eu acredito no poder das atitudes. Na grandeza dos gestos. Nas sutilezas das ações. Guarde seus dizeres para utilizá-los depois que fizer. Eles serão apenas um complemento.

Haja o que houver, aja.

Palavras quando não andam sincronizadas com nossos pés, não chegam a lugar algum. Não dizem absolutamente nada.

É na coerência das ações que a gente se encontra e o outro nos reconhece.

Ninguém pode viver preso em um discurso.

Ou seja,


Seja!


(Fernanda Ganoa)

terça-feira, 27 de março de 2012

Paciência para ser feliz

E talvez este seja o maior de todos os desafios que eu enfrento na vida. Esse de aprender a ter paciência, a saber conviver com o tempo, a saber lidar com as incoerências e inexatidões e conflitos com compreensão e resiliência. As intempéries porque passei me transformaram numa pessoa que acredita que é preciso estar preparado pra tudo, antever os tornados e minimizar seus efeitos. As rasteiras da vida me tornaram uma pessoa mais prática, mais pra já, mais pronta. Muito embora existam essas feridas aqui dentro; essa carência que, de tão grande, chega a doer; essa vontade de ser menina e ficar no colo e ouvir de alguém enquanto recebe um cafuné que tudo vai ficar bem; muito embora, por dentro, seja de uma fragilidade gritante, a casca é grossa e a mente é célere. Eu preciso estar preparada. E estar preparada, para mim, é não ter nada pendente. Aí, não dá pra esperar ficar pronto, não dá pra deixar pra depois, não dá pra aguardar o fim da conversa, não dá pra atrasar uma conta, não dá pra adiar a ida ao médico, não dá pra não fazer os exames, não dá pra entulhar de papel a mesinha, não dá pra esquecer de comprar... Programa, faz conta, calcula, planeja, antevê e se prepara.

Confesso. Eu me preparo para o pior, para as más notícias, para não dar certo. Confesso. Eu me tornei um pouco (muito?) pessimista depois que tudo deu errado. Pessimista no sentido de que eu efetivamente penso na pior possibilidade (antes, ela não me passava pela cabeça). E, de um jeito meio incoerente e obstinado, eu sigo a tal da felicidade no superlativo máximo possível e escandalosa. Daquelas que a Martha Medeiros diz que não se deve alardear, daquelas que afastam os "amigos". Porque, sim, na hora da dor, o mundo inteiro se compadece e estende a mão. Ver o sofrimento de alguém meio que legitima o próprio e toca profundamente e faz com que se solidarize. Porém, na alegria, só os amigos mais verdadeiros resistem e permanecem. É difícil conviver com os felizes e bem sucedidos quando a nossa própria vida é um desespero e dói. Digo isso porque era exatamente assim que me sentia, vendo famílias completas (pai, mãe e filhos) em reuniões de escola, festas de aniversário e onde quer que eu pousasse os olhos. Era difícil conviver com lares felizes, com os quatro braços para abraçar as crias. Aquela felicidade alheia me doía como um punhal. Ainda bem que passou, isso também passa.

Na vida nova que se abriu depois do acidente de percurso, a paciência é o meu maior desafio. Paciência para tudo. Para lidar com meus rompantes, com aquele que é diferente de mim, com quem ainda está perdido, com quem se desequilibra por muito pouco, com a falta de bom senso, com o pitaco e os conselhos alheios, com minha vontade de controlar tudo - como se ter tudo sob controle fosse garantia de alguma coisa! não é!. Meu maior desafio é ter paciência para ser feliz.

De longe tudo me parece maior, como se o coração se esticasse até o cantinho em que você está e o amor, a paciência, a compreensão esticassem num tamanho ainda maior...
Ah, como você me fez ter paciência. Acredita que há uns tempos eu não ficava nem 1 minuto numa fila sem reclamar? Hoje eu espero quietinha, cheia de saudade.
Eu não sei se é bem isso, mas aprender vivendo é o único jeito. Não sabia como era até viver.

De tudo, além do amor, sobreviverei cheia de vontade de te ver cada vez mais feliz. Talvez mais que qualquer pessoa, talvez mais que... eu.
(From: http://scapebreak.blogspot.com.br/)

segunda-feira, 26 de março de 2012

Retomando

ANTES DE QUALQUER COISA:

Eu quis fechar o blog para que apenas leitores convidados pudessem acompanhá-lo, mas ficou impossível cadastrar todo mundo que se habilitou. A cada leva de 5 emails que eu tentava cadastrar, o blogspot esfregava na minha cara que eu já tinha atingido um número muito alto de leitores (e eu sequer cadastrei a metade), muitos dos quais eu não abro mão de ter, muitos dos quais são caríssimos mesmo sem conhecê-los pessoalmente.

Eu sei que eu poderia ter selecionado, dentre os que se habilitaram, aqueles que eu conheço de verdade, aqueles que são pessoas queridas, aqueles que são leitores fiéis que se apresentaram quando tiveram oportunidade, que comentam sempre e que torcem por mim, pelos meus pequenos, e pelo Woltony e os pequenos dele. Eu poderia ter feito isso, é claro. A questão é que mesmo selecionando eu não consegui chegar ao número do blogger. E, além do mais, eu não quero cortar ninguém que quer continuar a ler e que nos quer bem.

Dito isso, o blog volta à normalidade com a moderação de comentários e a proibição de anônimos. Lamento pelos que são queridos e comentam sempre como anônimos (assinando é claro!).

___________________________________________________________________________

Tudo que eu mais queria era ser aquela que não faz planos, que não cria expectativas, que não imagina a vida inteira, que não traça metas, que não calcula, que não se precavê. Tudo que eu mais queria era ser do tipo que vai vendo ao sabor do vento o rumo que vai tomar, que deixa a vida levar (Vida, leva eu?). Tudo que eu mais queria era viver com a convicção de que não me cabe decidir e agir conforme meus princípios e valores sem me desesperar com as mudanças inesperadas no curso da minha história. Tudo que eu mais queria era pegar leve, ser menos exagerada, colocar menos de mim em cada coisa a que me entrego. Apesar de saber que se entregar é justamente isso: apostar todas as fichas. Tudo que eu mais queria era ser mais morna, mais ou menos, menos tudo ou nada, menos oito ou oitenta, menos eu.

Mentira: não queria ser diferente a esse ponto não. Sei que, de todos os sacos que carrego nos ombros, o mais leve (sem dúvida) é esse: onde coloco arrependimentos e mágoas. E é o mais leve justamente porque me jogo, porque vou até muito depois do final do além de cada coisa, porque eu passo muito do ponto limite da sã consciência, porque vou ao fundo do poço mais fundo, porque sofro e gozo com intensidade cada um dos momentos de dor e de prazer que vivo. E são poucas as mágoas porque eu sei que, apesar de me dar inteira, ninguém é obrigado a retribuir da mesma maneira. São poucos arrependimentos e são poucas as mágoas porque é muito e intenso o que é vivido, é absorvido até a última gota.

Eu poderia ser menos, ser amena, ser confortável. Só que não. Eu sou intensa! De todas as minhas características, essa salta aos olhos. Quando eu me jogo, eu me jogo valendo. Quando eu me dou, eu vou com tudo. Quando eu caio no chão, eu me estrepo inteira, eu sofro valendo, profundo, cortante. Contudo, quando eu sou feliz, ah, quando eu sou FELIZ, aí é um escândalo!!!

terça-feira, 20 de março de 2012

Providências

Recebi muitos emails de pessoas querendo continuar lendo as postagens do blog. Comecei a fazer o cadastro (alguém recebeu o convite?) e descobri que o blogspot limita o número de convidados. O número permitido corresponde a muito menos da metade das pessoas a serem cadastradas. Pois bem. Diante disso, limitei os comentários. Anônimos não serão mais permitidos por ora. Pelo menos, até que eu descubra um jeito de colocar todo mundo.

Em breve, tô de volta. Muita coisa acumulada pra escrever.


terça-feira, 6 de março de 2012

Como continuar a ler

Muita gente tem deixado comentários perguntando como fazer para continuar lendo o blog. Os comentários aqui são moderados. Cada comentário cai diretamente na minha caixa de emails para que autorize ou não sua publicação. Então basta deixar um comentário com o email para cadastro. Comentários com os emails identificados NÃO SERÃO PUBLICADOS.


domingo, 4 de março de 2012

Chega!

Eu já vinha pensando há muito em encerrar o blog. A minha vida virou novela para algumas pessoas. E assim como nos folhetins, as pessoas pensam que eu sou um personagem e me julgam, criticam, esbofeteiam algumas vezes. E, sabe, eu até sou forte, na maior parte das vezes, eu dou conta e acho até saudável receber críticas. O pensamento diferente do nosso faz refletir e amadurecer. Areja as ideias. O problema é quando a coisa vira chacota e ofende e desrespeita. Isso aqui foi a gota d'água:

Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Um amor em outra cidade":

Se é para morar separado, longe e não conviver no diário, então para isto é que servem os michês ou então as "amizades coloridas".


Resolvi então fechar o blog. Só pessoas previamente habilitadas poderão ler minhas postagens. Esta será a última pública. Aqueles que me lêem e me acompanham e querem continuar fazendo isso serão muito bem vindos. Mandem-me emails se identificando para que eu possa adicioná-los. Esperarei 15 dias até fechar, enfim.

Espero os amigos.
Despeço-me dos anônimos para sempre. Boa sorte para vocês e aproveitem o tempo livre!

Um amor em outra cidade

Por: Martha Medeiros

Quase ninguém mais se enraíza. Pessoas trabalham em outros países, fazem cursos em outros estados, o que faz com que muita gente se apaixone por “estrangeiros”, aumentando o número de casais que se relacionam a distância. Será que funciona?

Se eu tivesse 20 anos, acharia problemático estar apaixonada por alguém que eu visse pouco. Nos meus 20, não havia Skype nem qualquer outra ferramenta de aproximação imediata: era carta, telefone ou nada. Mesmo hoje, com as facilidades tecnológicas, é complicado não ter a presença física de quem se ama justo na fase em que nosso romantismo ainda não está blindado contra as ilusões. No início da vida, tudo o que se quer é compartilhar as vivências e dar juntos os primeiros passos rumo à formação de uma família. Não que seja impossível concretizar esse sonho se encontrando uma vez a cada três semanas ou a cada dois meses, mas a falta de ensaio pode comprometer o espetáculo.

Já para quem tem milhagem em histórias de amor, quem já viveu ao menos uma relação duradoura, já provou das agruras e dos prazeres de um relacionamento sob o mesmo teto, já teve filhos, os criou e tem novamente em mãos sua liberdade, uma relação a distância – qualquer distância – pode ser uma experiência reveladora.

Toda distância é relativa. Morar em casas separadas já é distância – e das mais saudáveis. Se cada um tem seu próprio apartamento, seu próprio
trabalho, seus próprios filhos, suas próprias manias e ainda a sorte de se sustentar sem precisar somar seu salário com o do parceiro, que bênção. A independência dará um charme extra à relação, a saudade será o melhor afrodisíaco, e quando quiserem dormir juntos e acordar juntos, ninguém impede. Será uma escolha, não uma obrigação.

Distância geográfica é mais radical. Ela é medida pelo tempo com que ficam sem se ver. Um mês? Três meses? Seis meses? Quanto mais longo o afastamento, mais a independência (aquela que parecia charmosa) pode provocar neuras. Há que se firmar um contrato verbal onde as regras estejam bem claras e haja confiança absoluta, pois o ciúme envenena e o antídoto está longe.

Mas se a distância não é tanta e permite que o casal se encontre a cada duas ou três semanas, aí é como se fossem a “casa de praia” um do outro.

O namoro “casa de praia” é para os que não planejam o futuro, não têm necessidade de criar vínculos eternos e não possuem inseguranças crônicas. O namoro “casa de praia” é para os que têm muitos amigos, um trabalho que absorve bastante e não se incomodam de sair desacompanhados. Um amor “casa de praia” pode parecer muito investimento para pouco proveito, mas quando se chega a uma determinada etapa da vida, é um luxo ter um retiro amoroso que nos rapte da rotina por poucos dias, para depois voltarmos a ela, livres e renovados.

Se não é a relação ideal, é quase.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Fato

A couraça transparente só é assim perceptível para aqueles que me conhecem bem. Descobri há pouco que pareço muito diferente daquilo que efetivamente habita em mim quando o olho que me observa é daqueles com os quais não mantenho uma relação próxima. Descobri também que, para aqueles que comigo convivem de perto, esconder e mentir é impossível, porque eu vazo, transbordo e me entrego, me revelo.

Não sei se a contradição é ônus ou bônus. Sei que é fato e, como qualquer operador do Direito sabe, contra fatos não há argumentos.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Primeiro de Março

Ela sempre dizia que quando me tornasse mãe, eu entendê-la-ia. E é verdade. Das muitas coisas que aprendi com ela - dentre as quais, a usar a mesóclise (coisa de filha de professora), eu aprendi a ter um olhar mais leve com relação às crianças, a perceber que os filhos não são meus e a construir uma relação de amizade e intimidade desde o quanto antes. Aprendi que não é preciso ser indestrutível, infalível, indefectível, inexpugnável. Não é preciso ser austera, severa, firme. Para se construir uma relação com os filhos só é preciso estar próximo, ouvi-los, apoiá-los, ser verdadeiro, comprar as lutas deles como se fossem suas para que eles entendam que você estará lá com todas as forças que tiver, ainda que fraqueje vezenquando, ainda que sofra e não saiba o que fazer.

Eu me tornei mãe sem querer, mas descobri que quero, com os meus, a relação de amizade que tenho com ela. Uma relação em que somos inteiramente quem somos, quem podemos ser, e nos apoiamos e contamos uma com a outra. Eu quero que eles aprendam que são livres na mesma medida em que forem responsáveis; que entendam que poderão fazer a escolha que quiserem se também estiverem dispostos a arcar com as consequências; e que, quando o fardo for pesado demais, eu estarei lá por perto, dando uma mãozinha. Por que foi isso que eu vi, foi assim que eu aprendi e foi isso que me tornou quem eu sou.

Eu cresci ouvindo ela dizer que não veria os netos - coisa de gente hipocondríaca - e eles já estão por aí, sacolejando e amolecendo o coração da Vovó Dedê. Eu sei que ela verá ainda os filhos dos meus irmãos e sei que ela ainda quer passar muitas tardes jogando cityville e aumentando a herança da família (piada interna). Eu tenho certeza do cumprimento do meu trato com Deus: ninguém da nossa família partirá nos próximos 25 anos. Então, mãe, te prepara que ainda tem muita água pra rolar embaixo dessa ponte.

Assistindo a vida passar, eu percebo que envelhecer é uma benção. Ter tempo é uma benção. Ainda que não dê tempo para que seja feito tudo aquilo que foi sonhado, ainda que não se alcance todos os planos que foram traçados, ainda que a vida não seja sempre boa; viver e ver e ter quem se ama por perto e com saúde é uma grandiosa benção. Abençoada minha mãe!

Quem bom que seus prognósticos não se cumpriram, mãe! Ainda teremos muitos primeiros de março juntos!

Feliz Aniversário!