sábado, 31 de dezembro de 2011

Vem com tudo, 2012!!!

Então, 2011 se vai. O último dia do ano em que meu principal objetivo foi apenas colocar minha vida e minha alma  nos eixos . É meio que inevitável pensar no clichêzão global de que o futuro já começou, já é o resto da minha vida, já é o muito depois disso para o qual eu corri naquele ontem tão triste. Estou aqui inteira, de pé, amando a vida e as pessoas. Estou aqui apostando, arriscando de novo, tentando com força e observando e absorvendo e agradecendo cada presente que a vida me dá. Estou aqui, ainda segurando firme as mãos dos pequenos, batendo os saltos no chão, com um sorriso no rosto e o coração aquecido, buscando aquilo que justifica a minha existência: a felicidade.

Não cabe a nós entender ou questionar o que nos é imposto. Nem sempre é possível compreender dentro de uma lógica racional, em que somas e subtrações só podem apresentar um único resultado. Não há como se comparar ou equacionar o que se perdeu e o que se ganhou na vida. O que vale é saber que, no cômputo das perdas e das vitórias, há lições de vida, aprendizado. O que vale é perceber que existem coisas boas que só acontecem porque coisas ruins as precederam. O que vale é continuar lutando a despeito de tudo e ainda que se acredite que a força se exauriu. O que vale, e só vale, é viver, muito além de existir e muito mais além de sobreviver.

Então, eu desejo persistência para aqueles que se sentem cansados do caminhar. Desejo alegria para os que ainda choram. Desejo resignação e conformação para os que se revoltam com os desígnios superiores. Desejo norte para os que se encontram perdidos. Desejo paz e silêncio para os que estão no olho do furacão. Desejo amor para os que vivem em solidão. Desejo o conforto do abraço para os desamparados de tudo. Desejo saúde para quem se encontra privado dela. Desejo prosperidade para os que trabalham com afinco e honestidade. Desejo sucesso e sorte para todo mundo. Mais que isso tudo, para vocês e para mim e para os meus, eu desejo que cada sonho se concretize e a felicidade perene que exsurge de saber dar valor ao que se tem e ao que se é.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Confissão

A esperança sempre me moveu para frente. A fé de que havia coisas boas esperando por mim, o brilho no olhar de quem está caminhando com a certeza de que vai encontrar o que há de melhor e com a sensação de que a história que se está construindo é linda e única. Há em mim um otimismo permanente e a filosofia de que tudo só vale a pena se for para fazer feliz.

Pois bem, depois do janeiro trágico esses dias de fim de ano, de balanço e de reflexão me deixam para baixo, tonta, meio descrente e com a sensação de solidão e vazio. O coração fica minúsculo, um peso nas costas, um aperto no peito que me impede de inspirar profundo e sorrir, os olhos marejados e uma tristeza que, meu Deus, nem parece que sou eu.

Não sei se é por conta da percepção do quanto o tempo correu, daquilo que perdi, daquilo que nunca mais será, não sei se há um embotamento daquilo que é e que se tem, não sei se é a completa falta de perspectiva e de planejamento, de desejos para o futuro que está aí, batendo à porta e trazendo mais um janeiro. Não sei...

O que eu sei é que eu não me reconheço em mim nesses dias em que os fogos explodem no céu e as lágrimas me molham. Eu não me reconheço nessa mulher mais triste, mais pra baixo; mas eu desejo que ela seja apenas reflexo daquela menina de quem tiraram tudo quando tudo estava devidamente organizado. Eu espero que seja só esse período, só o janeiro chegando de novo, só um momento...

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Desabafo de fim de ano

Ver o ano virar traz essa sensação de zerar os ponteiros, de começar tudo de novo, de renovar a esperança, de traçar novos projetos, de fazer pedidos e promessas... Ver o ano virar faz com que agradeçamos pelo que existe, por estarmos bem e com pessoas muito queridas ao lado, faz com que vejamos a dádiva que é a vida e seu correr no tempo... Ver o ano virar faz com que reflitamos também sobre o passado, sobre os saldos, sobre o que se viveu...
 
Pois bem. Eu também sinto tudo isso, mas confesso que, nessa última semana do ano, tenho pensado que em 2012 eu me tornarei mais uma balzaca. Os cabelos brancos, a pele flácida na pálpebra superior, as rugas ao redor da boca, as dobrinhas na barriga e o bumbum meio mole já haviam me alertado sobre o passar dos anos. Definitivamente, em 2012 eu serei uma mulher de trinta.
 
Aí, muitas vezes, eu me pego me sentindo muito, muito, muito mais velha. Enquanto as meninas da minha idade namoram, planejam casamentos e filhos, se despedem ou aproveitam a vida de solteira, sofrem e amam, viajam, farreiam, bebem, badalam na night, gastam (muito!) com roupas e sapatos e maquiagens, eu me pego preocupada com trocentas responsabilidades outras: orçamento familiar, matrícula e material escolar, prestação de apartamento... Eu me vejo constantemente somando e subtraindo números em busca de proporcionar o melhor para os pequenos e o mínimo para mim; fazendo cálculos mirabolantes no começo do mês e participando do "se vira nos 30" no final. É claro que tudo isso é, em parte, escolha pessoal e, em parte, surpresa do destino. É claro que eu não me arrependo de ser quem eu sou e de estar aqui.
 
Porém, ainda existe aqui a menina que eu sempre fui, disfarçada nesse corpo de mulher-mãe-advogada-donadecasa. Uma menina que precisa de colo, precisa de afago, precisa chorar (muitas vezes), precisa brincar e espairecer, precisa dividir o peso... Uma menina cheia de sonhos e ideais românticos e vontade de ser feliz. Aqui dentro mora uma menina que ainda acha que tem a vida inteira pela frente e acredita que há surpresas muito boas reservadas para ela num futuro próximo. Há uma menina em mim que carrega bravamente muito mais do que é capaz, equilibrando muitos pratos sobre varas e dançando o rebolation a fim de evitar que tudo vá ao chão. Às vezes, ela anda cabisbaixa, chutando pedrinhas; mas, em outras, sorri bonito, enrugando os olhos. A menina que mora em mim me faz encarar as coisas com leveza e a mulher me coloca os pés no chão e me dá opiniões formadas sobre tudo. A menina me diz que o que importa é ser feliz hoje e quer tudo para já. A mulher me impõe responsabilidades e previdência e me manda pensar cada vez mais no amanhã e me preparar para os nãos da vida. A menina se entrega, se joga, age no impulso e na vontade; e a mulher pondera, exige, reflete.
 
Talvez, chegar aos trinta seja realmente estar nesse meio do caminho, nesse ponto em que a juventude e a maturidade convergem e disputam espaço. Muito embora eu saiba que fui empurrada para o lado de lá há alguns anos, muito embora eu perceba o quanto a vida me exigiu sapiência financeira-intelectual-psicológica no tranco, eu continuo com alguns resquícios juvenis, que ainda me amarram a uma parte da minha vida que se vai cada vez mais de mim. Diante disso, eu desejo apenas não perder o brilho no olhar, o sorriso de menina, a fé que me empurra para frente mesmo carregando todos os pesares e apesares, e a esperança de dias melhores. Desejo que seja leve e que seja doce e que tenha paz. E isso é tudo.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Nexo - Por Ana Jácomo

Olhando daqui, percebo que pessoas e circunstâncias tiveram um propósito maior na minha vida do que muitas vezes eu soube, pude, aceitei, ler. Parece-me, agora, que cada uma, no seu próprio tempo, do seu próprio modo, veio somar para que eu chegasse até aqui, embora algumas vezes, no calor da emoção da vez, eu tenha me rendido à enganosa impressão de que veio subtrair. A vida tem uma sabedoria que nem sempre alcanço, mas que eu tenho aprendido a respeitar, cada vez com mais fé e liberdade.
 
O tempo, de vento em vento, desmanchou o penteado arrumadinho de várias certezas que eu tinha, e algumas vezes descabelou completamente a minha alma. Mesmo que isso tenha me assustado muito aqui e ali, no somatório de tudo, foi graça, alívio e abertura. A gente não precisa de certezas estáticas. A gente precisa é aprender a manha de saber se reinventar. De se tornar manhã novíssima depois de cada longa noite escura. De duvidar até acreditar com o coração isento das crenças alheias. A gente precisa é saber criar espaço, não importa o tamanho dos apertos. A gente precisa é de um olhar fresco, que não envelhece, apesar de tudo o que já viu. É de um amor que não enruga, apesar das memórias todas na pele da alma. A gente precisa é deixar de ser sobrevivente para, finalmente, viver. A gente precisa mesmo é aprender a ser feliz a partir do único lugar onde a felicidade pode começar, florir, esparramar seus ramos, compartilhar seus frutos.
 
Tudo o que eu vivi me trouxe até aqui e sou grata a tudo, invariavelmente. Curvo meu coração em reverência a todos os mestres, espalhados pelos meus caminhos todos, vestidos de tantos jeitos, algumas vezes disfarçados de dor.
 
Eu mudei muito nos últimos anos, mais até do que já consigo notar, mas ainda não passei a acreditar em acaso.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Desejos

É um tempo em que bate uma certa nostalgia. É um tempo em que se faz reflexões sobre a vida. É um tempo em que se tem saudade dos que não existem mais. É um tempo de doce recordações infantis. É um tempo de ver olhinhos brilharem esperando pelo tão sonhado presente do Papai Noel. É um tempo muito feliz e triste ao mesmo tempo. Tempo de agradecer e de desejar. Tempo de rezar e amar. Tempo de sentir-se vivo e abençoado. É um tempo muito especial o Natal.

Confesso que me animo, que entro no clima e que adoro.Confesso que enfeito a casa com verde, vermelho e dourado, ponho guirlanda na porta, luzinhas na varanda, árvore com presentes embaixo. Confesso que fico mais sensível e mais tocada, mais chorona e muito nostálgica. É óbvio que há uma saudade aqui, uma dor que dói de qualquer jeito. É óbvio que há muita alegria e amor em cada um dos meus dias e nesse não poderia ser diferente. É evidente que me alegro em proporcionar o sentimento natalino para os meus pequenos. Por esses e por tantos outros motivos, neste Natal eu quero agradecer.

Agradecer por ter vivido intensamente o que me foi imposto, o que me foi dado e o que eu optei por viver, por ter sofrido, por ter amado e por ter superado. Agradecer por ter tido pessoas por perto, muitos amigos verdadeiros, gente que segurou minha mão, secou minhas lágrimas, ofereceu o ombro, o braço, a mão, conselhos, a vida. Quero agradecer por ter encontrado muitos outros motivos para sorriso, por sentir meu coração aquecido nesse momento, por saber que a minha vida continua linda e por ter certeza de que a felicidade é hoje, é a todo momento, é pra já e é uma escolha que compete somente a mim.

E eu queria ainda e mais que tudo desejar a cada um de vocês que me leem, a cada um daqueles que convivem comigo e com os pequenos, para cada um dos que torcem silenciosa e anonimamente por mim e pelos meus, apenas e tão somente que a vida de vocês seja doce, que ela lhes reserve surpresas lindas de viver, cheias de sorrisos e de esperança, do melhor que há no mundo e que, se em algum momento não for tudo azul, que tenham alguém para dizer "you can stand under my umbrella", alguém que enfrente todos os percalços e que, neste momento mais difícil, que saibam que a força que se tem é infinitamente maior que a que se imagina ter. Desejo a percepção de que é uma benção estar vivo e saudável e que ela não é dada para todos e que isso seja motivo de agradecimento. Desejo que saibam aproveitar cada um dos momentos felizes que o próximo ano guarda para cada um de nós, que seja fácil dizer o quanto se ama quem amamos e que digam e repitam sempre. Desejo que vocês tenham muitos e queridos ao lado e que cada dia deitem tranquilos e cansados sabendo que ainda há melhor no porvir!

Feliz Natal, meus queridos!
Feliz Ano Novo!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Falsas Ameaças

(Por Ana Jácomo)
 
Na dúvida, atirou.
 
Só depois que o suposto adversário caiu, percebeu que aquilo que ele carregava, aquilo que jurou ser uma arma ao olhar de longe, os olhos atrapalhados pelo nevoeiro da confusão, aquilo não era arma nenhuma.
 
Aquilo era só e era muito uma flor.
 
Antes de atirar e talvez ferir amores, é sábio arriscar alguns passos e deixar o coração chegar mais perto pra ver melhor. Pra ver além.
 
Muitas vezes, o único inimigo, a verdadeira ameaça que nos desafia por mais mentirosa que seja, é o nosso medo.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O que fazemos da vida?

Quando lidamos com a inevitabilidade e com a força da morte é que entendemos quão efêmera é a vida. Quando a morte bate à nossa porta, mostrando seu poder, é que percebemos que não somos senhores de nada, não cabe a nós decidir quanto tempo temos, não nos é dado de antemão conhecer o que nos espera, o que seremos e por quanto tempo. Muitas vezes, embasbacados pela soberba de simplesmente estar saudável e vivo, acabamos por esquecer daquilo que efetivamente importa, do que deveria ser exaltado, compartilhado, vivenciado. Somos/ficamos embriagados em rotinas maçantes, em correrias impostas, em obrigações pesarosas e infelizes; somos tragados por um dia-a-dia extremamente veloz, em que tudo é urgente, tudo é pra já.
 
Ontem foi a missa de sétimo dia da avó do Thi, Dona Hilda Crisóstomo de Morais. Uma vida que já vinha há muito se apagando pela debilidade natural da avançada idade. Coincidentemente, ouvi num programa de TV alguém dizer que cada um de nós só tem essa vida e que é preciso fazer coisas boas com o tempo que nos é ofertado. Diante desses dois acontecimentos, eu refleti. Não seremos jamais todos grande benfeitores, lembrados por nossos gestos de boa vontade, nosso voluntariado e desprendimento. Não seremos jamais todos reverenciados por nossa contribuição para a diminuição da pobreza ou pela cura de alguma doença grave. Excepcionalmente, alguém alcançará um grande feito.
 
Por isso mesmo, eu falo de pequenas coisas, pequenos gestos que podem tornar melhor a vida, a convivência com as pessoas, principalmente aquelas que nos cercam na correria cotidiana, e podem também servir de exemplo para aqueles que olham para nós, absorvem o que fazemos e se espelham naquilo que veem. Eu falo de dedicação para com os amigos, de proximidade, de solidariedade, de estender a mão, de demonstrar o afeto, de estar presente na vida das pessoas; porque este, sim, é o maior presente de todos: a presença na vida. Eu falo de ser ouvido, ombro, companhia, pau para toda obra, conselheiro; porque isso, sim, é que faz com que contem conosco. Eu falo de educação, bons modos, gentileza, sorriso; porque isto, sim, torna a vida em comunidade mais fácil. Eu falo de previdência, precaução, calma e tranquilidade nos momentos de tensão (que são muitos e pelos mais variados motivos). Eu falo de amor, de falar de amor, de demonstrar o amor, de respeitar o outro na sua individualidade e completude e amá-lo ainda que se divirja em muitos pontos. Eu falo de respeito para com o próximo, respeito por suas escolhas, respeito por suas opções, respeito por seu jeito de ser e existir. Eu falo daquilo que qualquer um pode fazer, daquilo que é para todos, daquilo que está aí, e que, muitas vezes, nem nos obriga a agir, bastando apenas deixar acontecer.
 
Então, a vida é limitada e efêmera e frágil. Estamos todos por um fio e nem nos damos conta disso. O que é feito do nosso tempo? Quanto mais tempo teremos para viver?

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Casamento da minha melhor amiga


Há muitos anos (Suellen, Stephane, eu, Juliana - atrás do copo, Debbie
embaixo: Erica, Lanuzza e Edilane)

Há muitos anos... Em sentido horário, começando pela mocinha sentada:
Juliana, Stephane, Erica, Edilane, eu e Lanuzza

Em cima: Caliny, Edilane, Lanuzza, Juliana
Embaixo: Eu, Erica e Suellen


Lanuzza, Suellen, Erica, Debbie, eu e Edilane

Coisa boa na vida é ter amigo. Coisa boa é dividir com eles as alegrias, os melhores momentos, as datas mais inesquecíveis. Coisa boa é ter gente com a gente pelo caminho dessa vida.

Esse fim de semana foi o casamento da Debbie e eu transbordei de felicidade. Tudo que eu tinha para dizer para ela, sobre a festa e os meus mais sinceros desejos para que esse casamento seja muito feliz eu já dissse. Seria uma repetição apenas. Então, mais uma vez, parabéns, amiga! Festa linda com gente linda. Desejo o que há de melhor no mundo para vocês!

Te amo!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Apesar de

Há um certo descompasso entre a vida que se sonha e a vida que se leva. Descompasso não só naquilo que se projeta, que se planeja, que se deseja; mas também em relação ao que se faz cotidianamente, que, invariavelmente, destoa do que se queria fazer. Desafio é colocar nossas expectativas em posição plausível sem deixar de sonhar alto. Desafio grande é lidar com as frustrações corriqueiras sem nos deixar abater, sem desistir. Desafio mesmo é persistir correndo atrás quando tudo parece perdido. Viver é desafio, é risco, é para os fortes.
 
"Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive, muitas vezes, é o próprio apesar de que nos empurra pra frente" (Clarice Lispector)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Um mês


No meio de tantas incertezas, desilusões e dores excruciantes, eu tinha algumas certezas. Dentre elas, de que esse momento chegaria. Eu não sabia que a minha vida real seria parecida com um roteiro de novela, mas eu sentia que este sentimento estaria aqui dentro de mim. 
E, sabe, eu nem queria resistir, eu queria que ele me pegasse e me revirasse inteira, que devolvesse sabor aos dias, cores à vida, ar aos pulmões e que fizesse de mim alguém que vive, não apenas sobrevive. Diante desse poder restaurador, qualquer resistência torna-se perda de tempo, qualquer parede de proteção torna-se de vento, qualquer cadeado, por meio do qual se tranque, torna-se frágil e quebrantável.
Fui envolvida leve e despretensiosamente por você e, então, o tempo passou a correr diferente: um dia parece pouco e os ponteiros passam ligeiro quando na presença; um dia parece muito e se arrasta infinito quando na saudade. Qualquer senão foi dissolvido na meiguice e na doçura das palavras que viajaram quilômetros, na companhia cotidiana, na alegria da corujice, nas fantasias mais íntimas, na vida que se compartilha na certeza de que a vida só é vivida quando pode ser compartilhada.
Cada momento dividido é uma lembrança que se quer eternizada. Cada beijo dado é memória com desejo de muito mais. Cada olhar trocado, uma enxurrada de sentimentos que não têm fim. E, a cada dia, uma lição de companheirismo e parceria, em que se renova a promessa e a esperança desse amor. Em cada gesto, em cada ato, resta evidente a admiração pelo passado e pela história que está sendo escrita e a visão de um futuro mais bonito quando traçado lado a lado.
Inútil tentar expor de maneira racional e lógica aquilo que só se sabe sentir. Inútil buscar amparo na razão para justificar aquilo que descompassa o ritmo cardíaco. Eu já disse: coração é bicho besta para surpresa agradável e, diante da surpresa de ter você em minha vida, "estranho seria se eu não me apaixonasse por você".
Eu soube desde muito cedo que era coisa feita para durar. Eu senti desde muito antes as cosquinhas no coração, e percebi quando se tornaram borboletas no estômago, e quando estas se tornaram um sentimento inequívoco que me confundia, e quando este se tornou esse amor lindo que me inunda todos os dias. Eu sou feliz porque você está aqui comigo, mocinho, e me pego logo depois de desejar boa noite para você, naqueles minutinhos antes de adormecer, agradecendo a Deus pelo nosso encontro, pelo nosso amor... Esse é só o primeiro mês desse sonho tão lindo. Te amo!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Hoje é o dia da Debbie, bebê!

É muito bom saber que se tem amigos da vida toda. É muito saber que se tem gente para quem correr, sobre cujo ombro se pode chorar. Gente que faz parte do que se é, do que se tornou ao longo dos anos. Gente que você ama como se fosse irmão mesmo. E é irmão porque se escolheu construir um vínculo de amor. Eu tenho alguns amigos assim. A Debbie (certeza) está no top five. Hoje é o aniversário dela e ela vai casar daqui dez dias. É inimaginável a alegria de ver uma de suas melhores amigas casar, com festão, com vestidão, com bolo e (humm....) bem casados!!!

Sobre ela, eu já falei aqui, aqui, aqui e aqui. Já falei do meu amor, do quanto considero preciosa essa amizade, do quanto ela é parte essencial da minha vida, do quanto sou grata por termos nos aproximado numa época em que minha vida mudou completamente e, quando ficou tudo de cabeça pra baixo, ela também esteve lá.

Hoje, a vida dela está mudando também, para melhor e por amor. Ela vai casar com um cara bacaníssimo, torcedor fanático do Ceará, num casamento sofisticado, daqueles de sonho, todo decorado em preto e branco (em homenagem ao time) e eu vou ser madrinha deles, num momento que, só de pensar, já me emociona.

Hoje é o aniversário, mas meus votos vão para além dessa data, porque eu sei o quanto ela sonhou com esse momento, porque eu sei o quanto ela sabia desde muito cedo que esse era o homem da vida dela, porque eu sei o quanto este será o dia mais importante da vida dela e eu estarei lá.

Desejo que a vida a dois seja doce, seja leve, seja cúmplice e sempre muito feliz. Desejo que haja sempre energia e paciência para superar os obstáculos que, por ventura, apareçam no caminho. Que a alegria do encontro e da vida compartilhada lhes sejam constantes. Que o olhar de um encontre no do outro a segurança e a paz do amor correspondido. Que os sorrisos divididos sejam estímulo e motivação para a caminhada longa do casamento eterno. Que o amor que os une hoje seja sempre presente em cada gesto e em cada atitude. Que a admiração mútua não definhe, não diminua e que vocês descubram, na convivência íntima, muitos mais motivos para amarem um ao outro. Que cada dia passado junto seja de extrema felicidade e que a vida seja generosa propiciando a chegada de dois saudáveis pimpolhos como vocês planejam e que, sem dúvida, encherão ainda mais de amor o lar que vocês construírão.

Eu sou testemunha desse amor, eu sou fã dessa dupla, eu sou amiga de muitos anos e eu estou radiante de felicidade por tê-los e por compartilhar da felicidade de vocês.

Parabéns, Debbie! Te amo!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Lições de 2011*

Eu comecei 2011 no afã de que ele passasse mansinho. Comecei com o peso da tragédia que fez aniversário em janeiro, mas pedindo que ele corresse tranqüilo, sem sustos, sem sobressaltos. Eu bati meus pés em 2011 com a frase do Caio Fernando Abreu em mente: não precisa me surpreender, basta não me decepcionar.

Para o ano que se iniciava, era uma tarefa bem fácil ser melhor que 2010, quando meu mundo desmoronou. Sem expectativas, sem anseios, sem apostas, sem sonhos, 2011 tinha tudo para ser um ano normal, daqueles bem sem sal, nada demais para recordar. Não houve promessas de Ano Novo, não houve pedido para o Papai Noel nem na hora da virada, não houve olhos fechados e oração para ser feliz, como eu costumava fazer até então. Eu só queria que ele gastasse suas horas, seus dias, suas semanas, seu meses até o fim, sem jogar minha vida no olho do furacão de novo. Lembro-me bem de um certo pânico no início e um cambalear da esperança que sempre me moveu, lembro-me do desejo que 2011 começasse e passasse, trazendo no seu tempo a superação, a resiliência e a vida nos eixos de que eu tanto precisava.

Porém, a vida é bordadeira de surpresas e nós não temos mesmo controle algum sobre o futuro. A vida é, por si só, cheia de acasos, de curvas no meio do caminho, de rotas contraditórias... É assim, caminhando, que se percebe que aquilo que parece completamente sem sentido no momento inicial acaba fazendo muito sentido lá na frente. Cada viés, cada revés, cada reviravolta que ela dá, traz em si um ensinamento; e é justamente no aprendizado diuturno que acabamos nos tornando mais capazes e preparados para encarar, reconhecer e agradecer o que é ofertado pelo caminho.

Nem sempre o que vem é o que se quer, nem sempre é do jeito que se planejou, nem sempre nossos desejos mais íntimos e mais verdadeiros são satisfeitos pelo simples fato de que não depende exclusivamente da nossa vontade e do nosso esforço. Mas ainda assim, vale a pena.

Eu não estava preparada para 2011, mas ele tinha muito mais reservado para mim e eu tinha esse anseio de conseguir superar e essa vontade danada de ser feliz de novo. Muito mais que calmaria, muito mais que paz, muito mais que recomeço, muito mais que mansidão, 2011 foi um ano de grandes lições. Tenho um rol de ensinamentos deste ano e divido com vocês:

Eu aprendi em 2011 que a m(p)aternidade é o maior de todos os amores que podemos sentir e que ele é capaz de operar milagres nas nossas vidas.

Eu aprendi em 2011 que coisas muito boas acontecem depois que coisas muito ruins aconteceram. É como recompensa, é como presente de Deus, é como anestésico que permite prosseguir, mas não tem nada a ver com merecimento. Ninguém merece coisas ruins, ninguém mesmo. E fazer tudo do jeito certo não significa estar imune a elas. Não nos é dado entender, mas é preciso olhar para frente SEMPRE com esperança.

Eu aprendi em 2011 que é preciso muito mais coragem para arriscar ser feliz de novo que para sobreviver ao pior momento, porque, depois da tempestade, há o medo, a dúvida, o incerto, a angústia e a insegurança de que o pior aconteça mais uma vez. Não é fácil ser feliz, mas é isso que justifica a nossa existência.

Eu aprendi em 2011 que é muito importante saber quem se tem na vida. A família estará por perto sempre, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza. Mais que isso: há amigos que são como irmãos e é maravilhoso compartilhar  a felicidade deles e essa é uma forma de ir tocando em frente quando a alegria de viver desaparece.

Eu aprendi em 2011 que é preciso muito pouco para que seja doce, basta sentir profundo e aceitar o que for bom, que surge em forma de presentes muito bem disfarçados pelo nosso caminho.

Eu aprendi em 2011 que eu não poderia estar em nenhum outro lugar, que cada dor e cada sorriso eram exatamente o que eu tinha de enfrentar; e  que há pessoas que entram nas nossas vidas para mudar o curso dos acontecimentos e para afagar nossa alma com o amor que acendem dentro de nós.

Eu aprendi em 2011 que é preciso paciência e persistência para que o sublime aconteça e que é permitido se sentir cansado de tudo no percurso, é permitido fraquejar.

Eu aprendi em 2011 que "não é impossível ser feliz depois que a gente cresce, é só mais complicado" e que tudo, absolutamente tudo, pode ser ressignificado, fazendo com que sejamos surpreendidos com o assalto da felicidade, aquela mesma que sempre se quis, que mais se buscou e que justifica nossa existência no mundo, aquela assim, no superlativo máximo possível.

* A Mirys me pediu para escrever um texto sobre o que eu aprendi em 2011, ei-lo. Depois, passem no blog dela, vai ter gente bogueira do bem escrevendo durante todo o mês de dezembro.