quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Silêncio, por favor.

Às vezes, eu preciso de umas pausas, de um tempo inerte para arrumar as coisas dentro de mim, para limpar a alma, para me livrar de alguns pesos que se acumularam e para colocar algumas fotografias na parede da memória.

Às vezes, eu preciso de um chá de sumiço, de um silêncio absolutamente sem ruído para então ouvir apenas o que lateja em mim, para entender minhas revoluções internas e para escutar meus protestos urgentes em busca da felicidade pra ontem.

Às vezes, eu preciso de reclusão, de ficar sozinha comigo mesma, para me olhar no espelho e continuar me reconhecendo ali, continuar respeitando o que eu sou e os meus mais profundos desejos, vivendo de maneira condizente com aquilo que acredito e busco.

Às vezes eu preciso de solidão, de reclusão, de um minuto comigo mesma para perceber aquilo que me move, para reconhecer aquilo que me alegra, para olhar para dentro e dar conta dos meus passos todos e meus erros também.

Eu estou agora nesse momento de busca por mim, de equacionamento de algumas variáveis e eu preciso do silêncio, da ausência e da solidão. Ficarei sem postar por aqui por alguns dias, mas eu sei que voltarei. Até já!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Qualquer idiota diz eu te amo




Qualquer idiota diz eu te amo

Posted: 26 Sep 2011 07:00 AM PDT



Não se trata de incapacidade de sentir a coisa, sou um ser humano plenamente funcional. Mas, sabe aquela do Stevie Wonder, "I Just Called To Say I Love You"? Pois é, não está na minha lista.

Bem, só que eu estava saindo tempo suficiente com esta garota, já não podia me considerar um simples turista em seu sofá-cama, naquelas noites de sexta-feira e sábado e domingo e segunda-feira. Uma tarde, assistindo "(500) Dias Com Ela", ela resolveu chorar no meio do filme, não lembro em qual dos quinhentos dias e isso também não interessa. O que importa foi ver ela chorando e tentando esconder o rosto com a franja, e como ela segurava os dedões dos pés, os dois simultaneamente, sentada no sofá-cama feito índio ou como uma pequena menina de 14. Eu quis abraçá-la. Eu adorei aquilo. Eu... (longo suspiro) sei lá, cara.

Oito meses, um ano, mais três meses e eu não disse a coisa, embora tivesse vontade de dizer o tempo todo. Umas noventa vezes fiquei a ponto de formalizar o sentimento e aí parei, então ela acabava perguntando "O quê?" e eu "Nada" e ela "Anda, fala logo" e eu "Vai parecer besteira" e a cena terminava por aí mesmo. Em minha defesa, em defesa de todos os espécimes do meu tipo, há outras mil maneiras de fazer isto, não? Levar avós em torneios de biriba, submeter-se a testes de HIV antes de abolir a camisinha, descer até a farmácia e pedir ao senhorzinho de jaleco branco aquele com abas e substâncias antiodores para fluxos intensos, buscar avós em torneios de biriba. Você entendeu.

Aí ela ficou de me ligar e acabou sumindo. De começo achei que foi pela minha mania de fazer xixi assobiando alguma coisa dos Monkees. Mas com o tempo percebi, me dei conta, caí em mim, que a razão daquela ausência insustentável era a economia com meus "eu te amo" e como aquilo poderia ser interpretado. Falta de comprometimento. Não-amor. Que aquele um ano não tinha significado algum. Que ela não era amável. Era tudo um desperdício de vida. Não sei. Vai saber. Garotas são loucas, se fossem vendidas em frascos, viria rotulado: contém 1 drama. Acontece que eu não sei. Não sei se amo ou não.

Liguei para, você sabe, sondar como estavam as coisas. Deixei escapulir que queria vê-la. Precisava, na verdade. E ela "Por quê? Por que você me quer tanto de volta?" - Eu sabia, claro. Mas ela queria saber também, ouvir, anotar num papel de pão, deglutir, rabiscar a frase no espelho com batom magenta, gritar pra todo mundo ouvir, sair cantando Stevie Wonder. Garotas não desaparecem sem um truque na manga, anota isso aí. Então eu disse "não sei", ela quis desligar, eu quis conversar, até que ela venceu com "não vamos discutir a relação sem efetivamente estarmos em uma". Faz sentido.

É tão difícil assim?

ELA: Por que você me quer tanto de volta?
EU: Eu não sei. Quer dizer, eu sei. Eu acho que sei. Bem, parece, tudo indica, acho que decidi que, puta merda, eu amo você.

ELA: Por que você me quer tanto de volta?
EU: Porque estou te ligando movido pela vontade de reaver você e aquilo que tínhamos até semana passada. Eu penso em você dia e noite e fico ridiculamente abalado se a gente acaba brigando. Eu acho que te amo, garota.

ELA: Por que você me quer tanto de volta?
EU: Porque amo você, eu acho. Não sei ao certo. Sei que jamais terei certeza se você continuar com essa bobagem estúpida de ficar longe de mim.

ELA: Por que você me quer tanto de volta?
EU: Eu te amo, sua morena invocadinha.

Fácil. Até demais. Qualquer idiota consegue, talvez seja menos complicado cuspir isso sem realmente sentir. Os mentirosos são os mais fortes, têm mais estômago pra esse tipo de composição gramatica e sentimental. Eu não, hesito, sinto medo e quando estou a ponto de bala de dizer a coisa, meu queixo treme e chego a passar mal. Mas amo, é o que importa. Amo demais. Sem discursos, sem frase de efeito, sem irresponsabilidades. Eu sei porque se não fosse tão forte eu não ficaria sem palavras.
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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

É que eu queria falar deles.

Quando o dia ficar difícil e o peso nos ombros insuportável, quando os olhos estiverem vermelhos e o coração partido, quando a vida estiver meio sem sentido e não se consiga conter as lágrimas que brotam ininterruptamente, que se tenha amigos pra dividir o fardo que se carrega, que se tenha alguém para repartir a dor, que se tenha alguém para falar, falar, falar enquanto dói; que se tenha alguém para chorar no ombro, para abraçar sem vergonha, para pedir colo e conforto.
 
Quando a vida for colorida, quando o sorriso for constante, quando o brilho nos olhos deixar claro a felicidade que carrega, quando tudo estiver nos trilhos,  quando existir a sensação de que se encontrou o seu lugar, quando for leve e doce e descontraído, quando feliz, que as mesas pessoas estejam lá para brindar com os braços elevados para o ar, para compartilhar a felicidade de ser o que se é e as conquistas de cada dia e cada vitória, que se tenha com quem dividir, que se tenha com quem contar.
 
Para qualquer coisa, que se tenha amigos.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Temporário

Pensar que algumas coisas na vida podem ser temporárias dá um certo conforto e eu explico. Pensar que algumas coisas não foram feitas para durar, mas que, mesmo assim, merecem um papel de destaque por um certo período de tempo, muda a perspectiva de como as olhamos. Passa-se a usufruir mais do que é bom e está disponível sem fazer tantas conjecturas e análises e projetos para um futuro que pode nem se cumprir. Conformar-se que há coisas que foram justamente feitas para durar apenas um certo tempo e que não as teremos eternamente, ou mesmo que não as teremos o tempo que gostaríamos, é entender que não temos controle sobre todos os aspectos da vida, é se tornar mais resiliente diante das perdas inevitáveis que nos arrastarão no caminho.

Há coisas que simplesmente não foram feitas para ficar e, decorrido determinado prazo, vão sumir das nossas vistas. Não há como escapar dessas perdas. O que é preciso é entender que não há mal nenhum em se perder, embora seja dolorido; não há o que se lamentar, mas o que agradecer por se ter vivido. Duvido que exista quem prefira nem experimentar porque em algum momento não vai mais ter. É sempre mais feliz quem se entrega, quem vive intensamente, quem se arrisca. Pode ser que quando a ruptura ocorra nem seja mais tão importante assim. Pode ser que ela demore tanto a acontecer que fez tudo valer a pena ê ê. Pode ser que a vida coloque no caminho outras coisas tão boas quanto, não para substituir, mas apenas e tão somente para mudar o foco e facilitar o processo de desligamento.

Eu não sei de tudo, mas aprendi que olhar como temporário me deixa mais confortável para lidar com as coisas que eu não controlo, que não dependem de mim e que eu não tenho como resolver. Pode até ser sinal de escapismo, mas no fundo eu acredito de um modo meio ingênuo que tudo dará certo no final. Eu só não faço a menor ideia de quando e como ele vai chegar até mim.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Mais complicado

Tenho pensado há alguns dias na excepcionalidade da felicidade plena e tranquila. Pensado no quanto é difícil conseguir estar confortável em todos os aspectos da vida ou, pelo menos, na maioria deles. Se você tem um bom emprego e ganha uma bom salário, falta um relacionamento maduro e leve. Se você tem uma turma de amigos super bacana, sobram muitos dias no final da grana. Se está tudo em cima no emprego, no amor e com os amigos, tem uns problemas familiares cascudos. E aí, eu fico aqui pensando que quando me deparei com pessoas com tudo mais ou menos resolvido, aconteceu sempre uma tragédia, uma reviravolta que perfurou o coração e quebrou em mil pedaços a estabilidade e a doçura de uma vida feliz.
 
Será que é mesmo tão difícil assim? Será que ser feliz é tão (im)provável quanto ganhar na Mega Sena? Será que é para poucos sortudos e felizardos? Será que a missão é justamente tentar, tentar, tentar e se resignar diante da impossibilidade? Será que estamos sujeitos a carregar tantos buracos, cicatrizes, mágoas e pesos para sempre? Será que dá mesmo para ficar entediado quando está tudo simples, calma e tranquilamente bem? Será que este é mesmo o mundo expiações de que tanto falam os espíritas e que nossa tarefa seja tão somente sofrer para evoluir?
 
Eu vejo tantas pessoas feridas, arrastando pesadas correntes, sofrendo porque tem e porque não tem também - considere qualquer coisa como o objeto direto dessa frase: amor, dinheiro, amizades, emprego. Eu vejo pessoas queridas com lacunas impreenchíveis e, correndo os anos, com vários novos espaços, buracos, ferimentos e rancores. Eu vejo alguns tão maltratados, tão doloridos, que perderam a fé em tudo. E diante de tudo isso, eu fico estagnada e me sinto, algumas vezes, cansada, desestimulada.
 
Não parece nada comigo essa atitude deprimida e pessimista de achar que a felicidade é algo distante e irreal. Eu sempre acho que ela depende de um jeito de ver as coisas e está próxima, bem próxima mesmo, de cada um de nós. Não é de mim desistir no meio da partida, jogar a toalha, perder a fé e a esperança. Não é de mim essa postura derrotista. E aí, eu me lembro de uma frase do filme "As melhores coisas do mundo" que, a meu ver, responde aos meus questionamentos tod(l)os:
 
"Não é impossível ser feliz depois que a gente cresce, só é mais complicado"
 
 

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Cinco anos



Eu já contei algumas vezes que eu nunca fiz o tipo maternal. Nunca fui aquela menina que adorava brincar com bebês nem a mocinha apaixonada por crianças. Eu não sei se eu contei que não tive contato com crianças pequenas e que o primeiro bebê que eu segurei na vida foi há exatos cinco anos. Eu não sei se eu disse que eu não sabia nada, absolutamente nada de ser mãe, e que fui a primeira das minhas amigas mais próximas a se tornar uma (a segunda, foi agora em 2011). O que eu quero dizer com isso é que a gente pode até não estar preparada, nem ter nunca passado pela cabeça, nem saber como faz, nem entender direito a revolução que ocorre dentro da gente, mas é fato que a gente só se torna mãe quando é preciso ser mãe.

Há cinco anos nascia, quase um mês antes da data prevista (14/10), o meu primeiro filho, meu grandão, meu pirrototinho, meu amor, meu menino Matheus. Há cinco anos eu estava inchada, com pressão alta, tomando calmantes e remédios para controle da pressão arterial, que era medida a cada hora e não parava de subir. Há cinco anos eu tinha o Thiago do meu lado e isso me dava uma segurança incrível, eu tinha certeza de que tudo ia dar certo porque ele estava ali, prestando atenção em mim. Há cinco anos eu entrava pela primeira vez na vida num centro cirúrgico e ele segurava minha mão. Há cinco anos meu coração bateu muito rápido e eu não senti nenhuma dor, só um sentimento de inundação de amor quando ouvi aquele chorinho. Há cinco anos, com 2,5kg, com 49cm, todos os dedos da mão e dos pés - porque eu mandei o pai checar, uns olhos enormes, com um pouco de icterícia, nascia meu bebê Matheus.

Eu olhava para aquela trouxinha adormecida num bercinho ao meu lado e ficava extasiada, sem entender direito como podia ter saído de dentro de mim, como podia ser tão lindo assim, como podia ser tão perfeito. Eu olhava para ele dormindo e acompanhava o ritmo da respiração como se a qualquer instante ela pudesse simplesmente parar de acontecer. Eu olhava cada detalhe, a manchinha vermelha no dedinho mindinho da mão esquerda, a marca de família na testa, eu reconhecia naquele pequeno ser o que era meu e o que era do Thi. Eu olhava para ele e via que agora nós éramos uma família, nós seríamos felizes e nós teríamos uma vida inteirinha pela frente para viver esse amor triangular. Foi um dia mágico demais aquele 19/09/2006!

Aconteceram muitas coisas nos últimos cinco anos. A gente foi muito feliz e muito triste. A gente gargalhou e chorou a pior de todas as dores. A gente foi no topo da mais alta montanha e no fundo do mais profundo poço. A gente tornou quadrangular o nosso amor e ele será assim para sempre, com uma das pontas muita alta, muito distante, lá no céu. A gente aprendeu a viver um dia de cada vez e a dar valor ao que tem efetivamente valor na vida: as pessoas, o amor. A vida mudou muito, mas a magia de ser mãe daquele bebê, hoje um menino lindo, sensível, obediente, inteligentíssimo, engraçado e feliz, não se perdeu no meio dos percalços que tivemos. Esse amor me salvou do escuro de mim e me fez rir quando as lágrimas embotavam a vida. Esse amor me deu forças para sair lá do fundo mais fundo do poço mais fundo. Esse amor me fez e me refez quando foi preciso.

Ele completa cinco anos, ele cresce a olhos vistos, ele é cada dia mais mais lindo e ele é metade da minha razão de viver. Sobre a outra metade, eu conto em 14 de outubro.

Parabéns, Matheus! Uma vida iluminada, muitas alegrias nos seus caminhos. Que a sua cota de sofrimento na vida tenha se esgotado já no passado pesado que carregaremos juntos para sempre e que agora só venham muitos motivos de felicidade. Eu amo você até cada estrela, a lua e o sol e de volta à Terra, como você mesmo diz.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Porque é amor.

É quando se tem certeza de que não há mais espaço para onde expandir o amor ou quando se pensa possível desistir dele, ou quando tudo ao redor dele se torna complexo e difícil, que ele dá a real noção da sua grandeza. É justamente quando se pensa que já se fez tudo que estava ao alcance, que já suportou mais que seria capaz, é quando não se compreende mais as próprias atitudes - tão incoerentes, tão diferentes daquilo que se é, tão instintivas, impulsivas, quando se sente exaurido pelas batalhas do caminho, que se pode enfim perceber com clareza a vastidão daquilo tudo que inunda o peito. Somente quando se passa a caminhar depois do limite que se estabeleceu como tolerável, quando se ultrapassa a fronteira do terreno conhecido e se joga no abismo das coisas que não se sabe, no precipício das incertezas, é que se compreende o quanto o sentimento fez raiz, o quanto é perene e concreto, o quanto é parte da vida que se deseja ter. É quando o amor permanece mesmo no desconforto, mesmo na dor, mesmo nas adversidades, quando demonstra sua persistência e coerência e sua capacidade mágica de inundar a vida de esperança, é que se descobre que ele é verdadeiro e profundo. É esse amor que faz a vida valer a pena. É esse amor que resiste, que permite, que faz crescer. É na dor que se prova o amor, é na resistência que se testa sua certeza. E é esse amor que faz cada lágrima e gota de suor parecer vintém muito bem gasto porque é inquebrantável, porque ele aguenta e permanece, porque ele é AMOR.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

E eu que tenho uma música para tudo...


"Seja qual for a história, se houver uma canção narrando sua situação, não importa o que disserem ou o que estiver escrito. É amor." (Gabito Nunes)
 

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Porque queremos ser amados...

"Nós nos apertamos muito, às vezes durante longos trechos do caminho, às vezes durante o caminho todo, porque queremos ser amados. Esticamos a corda, fazemos escolhas equivocadas, abrimos brecha para as doenças, mentimos para nós mesmos, criamos as mais estranhas confusões, porque queremos ser amados. Machucamos, machucando-nos. Passamos ao largo dos sentimentos mais viçosos, das verdades mais intensas, das belezas mais risonhas, porque queremos ser amados. Erguemos muros altíssimos, quando tudo o que queremos é contato com a alma. Amordaçamos as nossas sementes, engaiolamos os nossos pássaros, tentamos conter os nossos rios, porque queremos ser amados.

Porque queremos ser amados, por mais estranho que pareça, às vezes fechamos o coração ou abrimos só um pedacinho dele e, ainda assim, lá na porta dos fundos. Sustentamos enganos, vestimos roupas que não nos servem, fazemos pactos com a escassez, ignoramos prazeres, aguentamos privações, porque queremos ser amados. Fazemos contas, medimos palavras, contabilizamos gestos alheios, porque queremos ser amados. Mantemos a ilusão de que alguém ou alguma coisa trará, enfim, a chave que abre o nosso cárcere, e, enquanto o tal carcereiro não aparece, morremos por falta de alegria, um pouquinho a cada instante, porque queremos ser amados. Apagamos sóis, em vez de acendê-los. Soterramos sonhos, em vez de cultivá-los. Desenhamos uma história que nada tem a ver com a gente. Deixamos crescer a erva daninha até o ponto em que ela oculta as flores mais lindas e mais nossas, porque queremos ser amados."
(Ana Jácomo)

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A dor de escolher

Algumas decisões que se tem que tomar na vida são muito difíceis e trazem consigo um duplo sofrimento. Primeiro, decidir entre o que é ruim e o que é pior, por si só, já é angustiante. Segundo, porque se sabe que qualquer das duas opções acarretará dor. Sofre-se antes, durante e muito mesmo depois.

O que se deve tentar é deixar a cabeça sopesar os prós e contras, sem permitir que o coração tirano guie essas decisões. Porque entre o ruim e o insuportável, a distância é bem tênue e se perde algumas muitas lágrimas nessa escolha.

Pior ainda é quando a gente decide e torce, reza, cruza os dedos, esperando que surja magicamente uma terceira opção, que seria feliz e redentora, que seria sem sombra de dúvidas a melhor de todas. É que a força da esperança teima em aparecer quando passamos por esses momentos ruins. Mas a realidade é cruel e a terceira opção nem existe.

Quando é preciso escolher entre o ruim e o pior, é preciso pensar primeiramente naquilo que não vai destroçar a gente, naquilo que permitirá que se mantenha em pé, mesmo doendo. Quando se tem que decidir, a gente escolhe pensando somente naquilo que é capaz de aguentar. Quando se tem que decidir, fecha-se os olhos, encolhe-se o corpo, prende-se a respiração e vai com fé de que se sairá inteiro do outro lado.

Escolhe-se e dor, lágrimas, sensação de vazio e solidão. O que conforta é saber lá no fundo que isso também passa.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Só uma frase e nada mais


"Desenhei miragens tolas nas margens do seu deserto e uma verdade impossível só pra ter você por perto" (Skank)